Inovação e Tecnologia
Infraestrutura de TI: local, em nuvem ou híbrida?
Natália Ribeiro
em
26 de ago. de 2024
Introdução
A tecnologia da informação está sempre trazendo novas soluções para ajudar empresas a economizar custos e aumentar a eficiência de suas operações. Isso impacta diretamente sua infraestrutura de TI. Recursos e serviços que antes só podiam ser executados localmente (on-premise), hoje já podem ser disponibilizados em nuvem (cloud computing), e podem, inclusive, funcionar de forma combinada, como é o caso do modelo híbrido (hybrid).
Considerada o alicerce tecnológico das organizações, a infraestrutura de TI é essencial para a inovação e competitividade no mercado. Normalmente constituída por hardware, software e infraestrutura de rede, ela, quando estrategicamente gerenciada, pode trazer benefícios, como:
Automatização de tarefas rotineiras;
Automação de processos;
Coleta, armazenamento e análise de grandes quantidades de dados;
Redução de custos;
Melhoria da qualidade de serviços;
Maior agilidade na identificação e solução de problemas.
Cientes disso, as organizações estão repensando a melhor maneira de otimizar sua infraestrutura de TI.
Como mencionado anteriormente, existem hoje três formatos de ambientes para armazenar e gerenciar processos e dados. No entanto, essa é uma escolha que exige planejamento detalhado. São muitos os fatores a serem considerados. Entre eles estão: cultura e estrutura organizacionais, disponibilidade de recursos financeiros e humanos, estratégias e objetivos de negócios, enfim, fatores que impactam diretamente a configuração dos componentes e serviços de TI.
Nesse sentido, é importante destacar as principais características que cada modelo oferece.
Infraestrutura de TI local
Essa é a abordagem tradicional de TI onde a infraestrutura é gerenciada e operada localmente. Isso significa que a organização armazena todos os dados em servidores dentro de suas próprias instalações ou datacenters físicos. Nesse modelo, a empresa tem o controle total sobre todos os serviços e operações de TI. Isso inclui gerenciamento total de todos os recursos, procedimentos de segurança rígidos, possibilidade de customização de software, equipe interna para intervir quando necessário.
No entanto, é um formato que demanda altos investimentos iniciais em hardware e software, além da necessidade de pessoal capacitado para a gestão e manutenção.
De um modo geral, esse modelo é adotado por empresas que necessitam ter o controle absoluto sobre sistemas, dados, segurança e integração, e/ou quando o modelo de negócios exige conformidade estrita com regulamentações específicas.
Infraestrutura de TI em nuvem
Nesse formato, os sistemas e serviços são hospedados na infraestrutura de um provedor na nuvem, responsável por gerenciar todas as operações. Sendo assim, a organização não necessita comprar hardware, servidores ou licenças de software.
Os serviços em nuvem exigem baixo custo inicial e oferecem escalabilidade e flexibilidade. A empresa pode aumentar ou diminuir o uso de recursos de acordo com suas demandas, pagando apenas aquilo que usa. Além disso, oferece maior disponibilidade e redundância dos serviços e acessibilidade em todo lugar.
No entanto, o custo ao longo do tempo pode surpreender. As taxas de transferência de dados são altas, o que complica a previsibilidade, além de depender inteiramente de um bom sinal de internet para operar de forma eficiente.
É a solução ideal para projetos com requisitos de escalabilidade dinâmica e para organizações que buscam crescer e se expandir rapidamente com custos iniciais reduzidos.
Infraestrutura de TI híbrida
A infraestrutura híbrida é conhecida como a união dos dois mundos. Nesse modelo, as empresas podem desenvolver projetos em nuvem enquanto gerenciam e armazenam dados críticos localmente.
Essa é uma abordagem relativamente recente que vem ganhando espaço em empresas que migrando para a nuvem. A infraestrutura híbrida permite uma transição gradual, minimizando riscos e interrupções nos serviços.
Outro cenário, onde essa abordagem pode trazer muitos benefícios são empresas com alto grau de maturidade digital que lidam com dados sensíveis ou regulamentados, como empresas governamentais e dos setores financeiro e da saúde. Essas empresas geralmente possuem uma infraestrutura técnica e estratégica em Ti preparada para lidar com a complexidade que pode surgir na integração desses dois ambientes.
Conclusão
Considerando as principais características dos três modelos de infraestrutura de TI, fica evidenciado que todos eles apresentam vantagens e desvantagens. Isso reafirma a necessidade de uma avaliação detalhada sobre as necessidades, recursos e prioridades específicas da empresa.
Se o foco for segurança de dados, a abordagem local parece, até o momento, ser superior. Por funcionar como um ecossistema fechado, opera de forma isolada sem depender de muitas conexões externas para funcionar. Isso limita o acesso por agentes externos indesejáveis.
Se o desempenho for priorizado, a nuvem parece responder de forma mais eficiente, já que há maior liberdade para adicionar recursos conforme a demanda, bastando alguns cliques para isso.
Quando se trata de custos, todo e qualquer investimento em tecnologia é alto. No caso dessas abordagens, o modelo local demanda um investimento inicial maior, já que os custos envolvidos ultrapassam os equipamentos. Isso inclui espaço físico, climatização, racks, cabeamento, enfim, tudo isso onera os gastos com manutenção. Já no caso da nuvem, o investimento inicial é baixo. Na maioria das vezes, basta efetuar o pagamento de uma assinatura pela utilização dos serviços, com a vantagem de pagar apenas o que se usa, permitindo que a estrutura aumente ou diminua sob demanda.
A manutenção é uma questão muito demandante na abordagem local. Tanto o servidor local quanto os equipamentos devem ser monitorados constantemente para garantir seu funcionamento e evitar qualquer tipo de problema.
É importante lembrar que, independentemente do setor ou do tamanho da organização, decisões que envolvam iniciativas tecnológicas devem sempre contar com a participação de profissionais especializados em TI. Essa colaboração garante que as soluções adotadas sejam eficazes, seguras e alinhadas com os objetivos estratégicos da empresa.